Logo no começo do mês, os principais meios de comunicação divulgaram o fechamento de mais uma agência de intercâmbio. Esse tipo de notícia tem se tornado relativamente comum nos últimos anos, e tem assustados anos e empresários do meio.
Será que essa não seria um oportunidade de avaliarmos alguns fatores que eventualmente podem ter contribuído para que esse cenário tenha se desenhado? Podemos juntos fazermos alguns questionamentos.
Vamos tomar a reportagem da Jovem Pan News Agência de intercâmbio encerra atividades e frustra clientes; alunos estimam R$ 1,5 mi de prejuízo como objeto de discussão.
"De um ano pra cá as vendas caíram muito, o câmbio subiu mais de 65 centavos (usd), o mercado ficou instável e sem credibilidade.”
O trecho acima foi extraído da reportagem, e é atribuído à responsável da agência que encerrou suas atividades. Segundo a reportagem, a agência estava presente nas principais capitais do país: São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e Vitória.
Queda nas vendas
Pelo que aparenta, a agência não era associada a BELTA – Brazilian Education & Language Association, que reune as principais agências de intercâmbio do país com o propósito de orientar estudantes e controlar qualidade das agências credenciadas (segundo informações de seu próprio site).
A associação divulga anualmente a Pesquisa Selo Belta, que nada mais é que um compilado da leitura de gestores e proprietários de agência sobre o setor. Segundo a pesquisa de 2019, a que temos disponível nesse instante, a grande maioria dos gestores informou crescimento através da métrica “representação do total de produtos comercializados em 2018 (comparativamente com 2017)”.
Há aderências da pesquisa em relação a realidade do setor (inclusive de não associados)? O cenário do setor mudou tão drasticamente entre 2017/2018 e 2018/2019?
Variação cambial
Certamente esse é um grande desafio enfrentado pro qualquer empresa ou individuo que realize transações comerciais em mais que uma moeda. O quanto essa variação cambial a maior representou em cada contrato fechado pela agência é algo que está distante dessa discussão.
É fato também observar a recente desvalorização persistente sofrida pelo real perante as moedas dos destinos típicos de intercambias, isso associado a políticas de pagamento que muitas vezes são incompatíveis com a realidade do negócio levam a um estado de delicadeza financeira que muitas vezes não salta ao olhos quando comparada com outros indicadores do negócio, como fluxo de caixa por exemplo.
O maior inimigo é a variação câmbial ou o patamar câmbial? O quanto temos profissionais capacitados e preparados para operar esse tipo de negócio?
Trabalha ou não com educação internacional/intercâmbio? Deixe sua opinião.
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